Ritos de passagem - O Diabo crê




Por vezes sinto essa amargura escorrendo em meu silêncio, temporal. Esse ódio, esse furor espumante, que se pudesse, te tornaria tripas, reviraria seus órgãos como um predador faz com sua até então serelepe refeição. E esse rancor, de carnavais passados, ele se repete. Ele se encarna em teu olhar. Ele repousa na tua pele. Talvez pela pose ostentada de um saber postiço, de um conhecimento profundamente superficial.


E como eu queria nada entender. Como queria dormir bem em minha ignorância. Como desejaria cabeça-oca, ausência de verbais e o o fim das convenções sociais. Mas não sou eu esse outro eu que por ventura, tento reconhecer e fingir. Não posso negar que entendo. Ao menos que eu entenda minha arrogante esquizofrenia, compreendida por poucos próximos seres. Eu não sou seu! Eu não sou dessas amarras fúteis que me lança. Não sou! Ainda que tu deseje. Ainda que deixe, minimamente, no campo do óbvio. Volte para o seu lugar de domínio. Mande e desmande. São palavras. Vulgares e aterrorizantes. Mas são palavras. Não passam disso.


Vá! Destrua tudo que possa ser compreensível! Você não quer lidar com o campo do provável. Quer a certeza, quer o sim ou o não, quer um chão para pisar (ou alguém). Balance a gaiola para o pássaro sentir um pouco de liberdade.
 
 
 


 

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