Estética ferida

 
haverão outros momentos
de azul noturno e estrelas
de brutalidade e corpos
de entrelaços e desesperos?

soluços de desejo, pólvora
e vinho em um caminho
sem volta e talvez sem ida?
 
caco de vidro no chão que piso
suavemente, aveludado sangro
sou teu servo, Calíope humana,
ou quem sabe, sou seu deus
 
ou coisa alguma.
 
na dúvida seca, essa tensão
ainda me vejo escravo da estética
para dizer o que não posso ou não devo pois as palavras ferem
ferem, ferem, ferem
 
fico ali, em tua tatuagem
e morro dormindo
em um sonho que evito
em um pesadelo que me evita 






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