estado de prosa

 
fluir, como quem se deixa levar pelo próprio corpo,
sem negar e sem se negar (a)o outro e a si mesmo,
em movimentos alternados, do sutil ao caos,
onde é que estou com a cabeça? Sei bem.
 
e deixo fluir, até que a cara se arrebente
em muros e rumores que não conheço.
deixo fluir, em um estado pleno, ausente
de limites, de motivos, de sentidos além sentir.
 
estado de prosa;
de paz bélica, quem disse que não?
amanhã eu me nego, amanhã eu me concilio
com este eu do hoje, com meu passado breve,
contigo, talvez.
 
pelo hoje, o fluir, a rima fácil
o aroma jasmim-manga, pisar com gosto
nos espinhos da vida, e beber o vinho
que sempre foi sangue dos nossos pés.




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