Cacheados
Em mim, morre um algo
sentimento destes estranhos
invasivos e necessários.
Morre som, morre música.
Morre melodia das noites
que passei em claro, ou não.
Morre - por palavras - espelho.
Morre respeito e delicadezas.
Morre antes que morra, alguém.
Sobre coisas e moralidades
enviesadas pelos delírios coletivos,
conceitos e limites que não são assim
tão definidos, mas consequências, sim.
Morre rima, cacheados.
Morre um pouco desse encanto
Disso que sobrava tanto
e agora vai se normalizar, igual.
Em mim, mas não somente em mim
Nasce - talvez - aquilo que chamam de fim.
E outros chamam de recomeço,
sinônimo de bêbado, vulgo tropeço?
Em mim, mas não somente em mim.
Surge um distinto sentido.
Como se uma tempestade viesse e a embarcação perdesse sua rota.
Mas, com isto, o piloto olhasse contente e se queixasse com soberba:
"como é que perco a rota se não havia direção alguma?
vamos, pois, encontrar qualquer que seja, terra qualquer".
Em mim, mas repito com bastante cuidado para que leia: não somente em mim.
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