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Ah, o rancor. Esse sentimento magnífico.
Nos dá o direito à violência.
Perfeita nossa bendita decadência.
O rancor que se volta ao eu lírico.
Ah, perder tempo observando a natureza
bela das flores do campo colorido.
O espinho, nesse toda delicadeza,
é a ferida do amor que não tem ocorrido.
Ah, a insensatez. Admiro quem nela se orna.
Não havendo problema na pessoa
todo verso nela nada ecoa,
e o insensato um deus de si mesmo, se torna.
Ah, o poder da ironia.
Do sádico que ri da demência
dos outros e de toda eloquência
da linguagem linda. Vazia.
Ah, todo lamento!
Versar é meu alimento
pois assim, um pouco,
do meu estado de louco,
ausento!
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