Programar-se

 
Sinceramente, não consigo me imaginar programando uma vida em uma narrativa pronta. "Você precisa comprar uma casa ou um apartamento". Preciso? E me manter preso a algo? "Mas é pelo valor. É um bem que você sempre vai ter, é um investimento". Investimento? Em todos os índices, o pior que há: investimento imobiliário. Eu alugo. 1 ou 2 anos, digo adeus se assim delimitar. Mas...
 
"Você precisa ter um carro". Carro? Enlouqueceu? Gasolina em valores absurdos. Manutenção, óleo, pneus... Vou com meus pés. E, se longe, ônibus, Uber, Buser. E leio enquanto alguém dirige. "Mas aí é muito caro". O que eu gastava com carro, gasto menos que 40% hoje em transporte, mesmo voltando as atividades presenciais. "Moto, talvez?". Gosto de estar vivo, obrigado. Mas...
 
"Você precisa ter um emprego com carteira assinada". E morrer na expectativa de que um dia eu vá aposentar com meu salário mínimo? Não, vou deixar essa de lado. "E dinheiro no banco, você precisa ...". Banco? Ainda uso por uma questão de falta de opções. Nunca mais, depois que entrei em contato com o mundo das criptomoedas, me interessei por ações, bancos, papeis que apenas iludem o detentor. Hoje estou quase todo em finanças descentralizadas. Bom, isso é assunto para outro cenário. Viu? Eu não preciso de planejamento, ao menos não nessa pegada. "Um dia você vai entender".
 
E não querendo ser um cavaleiro do apocalipse. Mas isso não vai durar muito. Não nessas condições. Um sistema que reinventa a escravidão e cria o consumismo pelo próprio consumismo, não durará muito. Talvez seja o sistema econômico de menor duração que já tenha existido. É insustentável. Mais do que o feudalismo, diga-se de passagem. Me programar? Só se for para o caos.
 
 

 

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