Universos
São dois universos, coexistindo em uma falsa harmonia.
Um, é o resquício de um império falido que insiste em golpear
e vai de um canto do ringue ao outro, fingindo força e sangrando.
O outro, é o frágil oponente, silencioso, despreparado, mas valente
e vai de um canto do ringue ao outro, correndo, fingindo fugir
mas ali, vai cansando o oponente.
São dois universos. Um colapsado, jogando suas ultimas fichas,
são nomes, são rostos, são olhares.
Um outro, aprendendo a apostar,
são anônimos (talvez sejam os mesmos rostos e me iludo),
ainda joviais, velozes, hábeis, quase que inocentes demais.
Tese e antítese, convivendo em uma falsa harmonia.
A síntese, ali, esperando sua vez de ser tese. A estrela da noite,
esperando brilhar assim que o Sol não mais brilhe.
Faz tempo. Faz muito tempo que deixou de brilhar.
Talvez tenha sido sempre uma miragem. O coveiro
que cava a própria cova e faz a própria cerimônia.
Enfim, não sei se são dois universos.
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