Assassino do tempo

 
em um dia qualquer, você se observa
friamente, sem medo de se julgar
ou mesmo de cair em puro ódio ao teu ser;
e com a certeza que não morrerá de amores
por tua própria sombra.
 
pois, que não haveria um outro você
e esse teu ser de agora, não depende de um propósito
não depende de um motivo para a vida
não depende de um outro alguém (talvez, de todos).
 
e não lamentarás as piores desgraças feitas
por tuas mãos pálidas ou escuras
e não te vangloriarás das maiores benfeitorias
lançadas por teus ideais e lapsos de boa vontade.
 
em um dia qualquer, verás
que somos apenas isso e nada mudaria
ao passo que entenderás que o amanhã
em um sentido ou outro, já ocorreu
sem que os fatos estejam revelados.
 
mas não te enganes, bancando o argumento
de que tudo era inevitável. Bem como o propósito,
o inevitável não passa de uma desculpa brega
para as almas decadentes que vangloriam da própria moral.

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