No apagar do sol

 
agora, quando o Sol já se foi, é que o arrependimento surge
vasculha a alma dos desolados e, em cada fração de carne,
busca assolar os que não partiram. O fim nunca é para quem parte
desse nosso mundinho; o fim é para os que vivos permanecem,
os mortos nunca tiveram que lidar com a finitude, uma vez que
se já não há vida, não se convive com o inexistir.
 
Momento de se prender na própria fé? pois se abalada e jogado ao chão,
Momento de ignorar os acontecimentos e os cacos do caminho? afundam os cacos e fazem sangrar
 
A culpa
O remorso
O não-dito
O não-feito
O "e se fosse de outro jeito"
O desespero de saber que somos mortais
 
O fim, desde o começo, é a única previsão que não falha.
Ainda que em alguns casos, a atrocidade das circunstâncias pareça jogar com nossos sentimentos; não há erro,
o que começa, só começa para acabar.
 
Seja lá quando ou como for.
 

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