TEMPOESIA II


Imagem de FelixMittermeier por Pixabay


Trocando letras, trocando cartas com o relógio,
sem receber resposta alguma
o tempo passa e não se renova, cada segundo
uma tortura eterna, nada novo, de novo, outra vez
a maldita coincidência de ser no mundo um indecente
fingindo sanidade para abençoar os loucos
aspergir a paz no rosto alheio, ou Asperger?
o relógio não silencia, mas também não informa
as horas não são fixas mais
os loucos me parecem comuns
diferentemente dos normais
ontem nem se sabe quando, amanhã já não existirá
os bigatos consultam a posição do Sol?
Cada um com o seu astro, procurando se iluminar
girando ao redor doutro planeta, sem luz, diz brilhar,
enquanto isso a noite cai, as cartas estão na mesa
certamente, um dia morrerei, para minha surpresa.

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