VERSINHOS DE ANTIGAS PRIMAVERAS

Foto própria: acervo da minha vida

Subo no galho, bem na beira,
Subo no pé, na jabuticabeira,
Encontro ali seus olhos, cor
De um pecado nunca cometido
O fruto de um tempo de amor
Que eu tento tornar esquecido

Subo na jabuticabeira
Encontro tua doce imagem
Balanço e largo de bobeira
Se trata de uma miragem

Galho, galho tão flexível
Me segura, me sustenta
Mesmo se pareço sensível
E ainda aquece e alimenta

Em ti pousam as aves
Buscando o agradável sabor
Vieram de todos os lugares
E buscam somente em ti
O fruto de um tempo de amor

Floresce na primavera
Também desperta no verão
Gratifica a quem espera
E quem lhe entrega o coração

Teus olhos bem escuros
Enganam qualquer tristeza
Amadurecem seus frutos
Jamais vi parecida beleza

Ó, esplêndida jabuticaba,
Doçura que nunca acaba,
O fruto de um tempo de amor.

O corpo em solo firme
Os pássaros a te bem-dizer
Meu amor, não subestime,
Temos muito o que viver.

Ó, negra jabuticabeira,
Mudaria a prosa inteira
Para sentir novamente teu sabor,
Outro fruto de um tempo de amor.

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