Crônica da Semana 08#: Só não me perguntem como
Mikhail Aleksandrovitch Bakunin |
Políticos são cortinas de fumaça para a manutenção de prática culturais que em nada contribuíram para o povo. Que um dia eu possa dizer, sem que a palavra utopia me pare como um bloco de tijolos que me impede de ser escutado: todo poder emana do povo. E, quando assim eu puder berrar, não precisarei dizer a palavra "poder", pois "povo" será seu referente contextual. Direi apenas: o povo ao povo, pelo povo.
Nos acostumamos a criticar políticos; nos acostumamos a xingar "o outro lado" do discurso. Esquerdista. Gado. Por aí vai. Mas não sabemos nem o que se passa entre a cúpula de vereadores de nossa cidade. Assim se organiza o Estado e a religiosidade na democracia. Aliás, democracia? Palavra vazia, desprovida de sentido, outra cortina de fumaça.
O padre, em sua batina. O político, em seu paletó. O Estado é uma Igreja. A crítica não é para os padres. A crítica não é para os políticos. Eles são apenas cortinas de fumaça. Assim, tanto faz como as peças do xadrez são movidas. Há sempre um Rei em xeque; há sempre um raro peão promovido; bispos atravessando suas diagonais e pedindo sacrifícios; jogadas inesperadas (mas calculáveis); peças brancas com a vantagem inicial; torres sustentando o reinado. A crítica não é para as peças do jogo. A crítica é sobre o jogo. Quem quer que defenda as regras sem nem mesmo questiona-las, ainda não entendeu a situação. E as cortinas de fumaça seguem tornando nebulosa qualquer reação aos domínios do que é defendido com unhas e dentes: precisamos mesmo de instituições?
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