#Crônica da Semana 09: Diário de uma Divindade (Parte Final)

É a cara do pai, não é? Ah, deixa pra lá. Vocês nunca me viram!


Deus falando. Voltei bastardos! E hoje, sem enrolação, antes que isso vire uma outra Bíblia, vou falar dos meus planos sobre a terceira fase tão prometida. Antes, me permitam (permitir que Deus fale, debochado sou) explicar uma coisa: esse negócio de Deus acima de tudo é putaria alheia, não fui eu que criei esse logo não; já cansei de usarem meu nome em vão e por isso tô resolvendo a questão aí, não mais que alguns meses pra acabar essa palhaçada. Meu negócio é cruzada, não mensagem no Twitter. Meu negócio é exterminar geral, não ficar receitando Cloroquina para matar aos pouquinhos. Mas, como prometi, vou explicar o lance do terceiro capítulo. Surpreso? Meu batismo é com sangue, querido.


Como sabem, minha filha está descendo pra Terra. E dessa vez, é para resolver de fato os problemas. O script já está delimitado: ela vai ser a primeira (ou segunda, eu acho) mulher que controlará a Igreja Católica. Será papa. Daí o roteiro é um só: guerra. O cristianismo perdeu muito terreno, então é preciso um “processo educativo”. Antes, porém, mudarei as regras do jogo. As regras da Igreja Católica vão ser: padres poderão casar, LGBTQIA+ tá liberado, maconha será incentivada, vão apagar Jesus dos livros, a poligamia vai ser a prática corrente como era em Roma, mas agora as mulheres poderão ter vários homens (ou mulheres), a Igreja – prefiro chamar de Templo – vai demonizar o uso do dinheiro e então as instituições se desestabilizarão (um salve pra Bakunin). Ela ainda vai implementar o fim da tradição e dos costumes e o resto vocês verão depois. E, claro, poderei ter meu descanso tão desejado; minha aposentadoria. Os que antes se diziam fervorosos religiosos se tornarão contrários ao sacro, ao que a Santa Fé diz por divino. E, aqueles que tanto detratavam (vos entendo) o Templo, se revestirão de bondade e terão o apoio da Pontífice.


Não li o final ainda. Vou assistir ao vivo. Deixei com ela o enredo e as linhas específicas da execução do projeto. Mas pedi que chegue em uma das duas possibilidades: ou que tudo se exploda e começamos outra história; ou, que meu nome não seja mais dito na terra e que eu possa ter paz, mas, se esse for o caso, não posso ser substituído por outros deuses ou deusas; é pra acabar mesmo com o uso divino em vossas malditas bocas! É melhor eu parar, o Velho Testamento tá pulsando nas minhas veias e é perigoso eu mandar tudo à merda e descer até o planeta de vocês para dar um esporro. Fui. Sorte filhona! Não repita os passos de seu “irmão”. Vou lá dar um pega na Amaterasu. Já ouviram falar dela? Até pensei em mandar ela para a Terra, mas melhor tê-la comigo. Ô se é! Fui.

P.S. (editado): voltei só para dizer que foi eu que enviei a nova nuvem de gafanhoto. Principalmente para o Brasil, pra mostrar que não estou de brincadeira. Acabei errando o cálculo aqui e caiu na Argentina, pelo visto. Desculpa aí hermanos.

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